sexta-feira, 17 de abril de 2009

São Paulo - Colonizadores de Castela

Por Roberto Sandoval : rlavodnas@hotmail.com ou rlavodnas@gmail.com

Introdução

“Esta família teve começo em S. Paulo em Francisco Martins Bonilha, natural de Castela, cunhado do general Diogo Flores de Bardez, em cuja armada veio a Santos com sua mulher Antonia Gonçalves, natural de Sevilha, que faleceu em 1616. Esta família tem a sua nobreza provada, como consta dos autos processados no cartório de órfãos de S. Paulo, em que Maria Martins, f.a natural do capitão João Martins Bonilha 2.ð do Cap. 2.ð adiante, provou ser havida antes do casamento de seu pai e antes que ele gozasse da qualidade da nobreza, que datava de pouco tempo antes de 1658; pelo que requeria ser admitida à herança de seu pai com os f.ðs legítimos, e sua pretensão foi julgada favoravelmente por sentença no dito ano de 1658”. (G.P. Vol. VII , Pág. 258 a 288).

Cap. I – Francisco Martins Bonilla e s/m Antonia González

Francisco Martins Bonilha nasceu por 1540 no Reino de Castela , casou-se por 1565 com Antonia Gonçalves natural de Sevilha e falecida na Vila de São Paulo em 1616.

Testamento e Inventário de Antonia Gonçalves (Gonzalez)

Juiz: Bernardo de Quadros
Escrivão: Simão Borges Cerqueira
Local: Vila de São Paulo, no termo o Caratim na roça e fazenda que ficou por morte e falecimento de André Martins.

“Aos 12-11-1613 nesta vila de São Paulo nas pousadas de mim tabelião perante mim e das testemunhas que se acharam presentes todo ao diante nomeado apareceu Antonia Gonçalves dona viúva mulher que foi de Francisco Martins que Deus tem e me pedia lhe fizesse esta cédula de testamento:

(encomendações pias).

Que seu corpo seja enterrado no Mosteiro de Nossa Senhora do Carmo na sepultura de seu marido.

Deixa por testamenteiro seu filho Thomé Martins,

(legados pios).

O remanescente de sua terça deixa ao filho Thomé Martins pelos bons serviços que dele sempre teve.

A sua neta Catharina Gomes filha que ficou de Lourenço Gomes deixa uma rapariga por nome Magdalena do gentio marmemi se viver.

A Catharina filha de seu filho Thomé Martins deixa uma rapariga do gentio marmemi por nome Paula.

(...) com declaração que ela testadora entregará a mim tabelião tres roes dos tres casamentos das tres filha que casaram e seu marido Francisco Martins os dois vão assinados pelo dito seu marido e o derradeiro não porque foi depois de sua morte e todos os três assinados por Belchior da Costa tabelião que foi nesta vila.

(...) testemunhas Ascenso Ribeiro e Christovão Pereira Pedro Gonçalves Varajão Jorge de Barros Balthazar Pires todos aqui moradores e por ela testadora não saber assinar rogou a mim tabelião assinasse por ela eu Simão Borges Cerqueira tabelião do publico e judicial e notas nesta dita vila o escrevi. Assino por a testadora Antonia Gonçalves Simão Borges Cerqueira.

fls. 163 - rol da fazenda que dei a minha filha Izabel Rodrigues. Assina - Francisco Martins

fls. 165- idem a minha filha Maria Gonçalves. De tudo isto se entregou Bastião Preto tudo isto foi afora da legitima de seu sogro.

fls. 166- rol que dou a minha filha Joanna de Castilho - assinado por Francisco Martins.

------- mulher que foi de -- e ao presente é de Francisco Jorge.

Maria Gonçalves mulher que é de Sebastião Preto.

Os menores filhos que ficaram de André Martins a saber:

- Francisco de idade de oito para nove anos.

- João de idade de seis para sete anos.

- André de idade de cinco para seis anos.

- Maria de idade de três para quatro anos, todos quatro netos dos defuntos Francisco Martins e a dita Antonia Gonçalves pai e mãe do dito André Martins.

Avaliação da fazenda.

Líquido da fazenda: 197$560 réis.

importa a terça 65$643 réis.

fls. 181: Partilhas- 19-7-1616 em o sitio de Tobatingoara nas casas que ficaram da defunta Antonia Gonçalves, foram citados:

- Sebastião Preto marido de Maria Gonçalves;

- Thomé Martins

- e em nome dos órfãos (filhos de André Martins) foi citado Álvaro Neto o moço como seu curador.

- quinhão dos órfãos filhos que ficaram de André Martins: 43$903 réis.

30-7-1616 Simão Borges Cerqueira escrivão dos órfãos, citei :

- a Joanna de Castilho mulher que ficou de Antonio Rodrigues Velho para estas partilhas e me respondeu que não queria nada.

- a Francisco Jorge marido de Izabel Rodrigues cunhado de Thomé Martins e me respondeu o mesmo.

- a Álvaro Neto o moço curador dos menores filhos que fiaram de André Martins e se deu por citado e que ele acudiria.

- a Sebastião Preto marido de Maria Gonçalves e me não respondeu nada.

arrematações, quitações, recibos”.


Antonia Gonzalez era irmã do general Diogo Flores de Valdés ou Bardez, companheiro de seu pai na armada e povoador do estreito de Magalhães.

Curiosidades sobre o General Diogo Flores Valdés :

Diogo Flores de Valdés foi um general espanhol dos séculos XVI e XVII. Servindo à armada castelhana em terras brasileiras durante parte do período em que os reinos de Portugal e Espanha estavam sob o domínio da Dinastia Filipina, Diogo Flores foi responsável pela construção de várias fortificações e pelo apoio à conquista de novos territórios no Brasil.
Em setembro de 1551 sai de Cadiz com uma armada composta de vinte e três navios e cinco mil homens para defender o Estreito de Magalhães do ataque efetuados por navios corsários. Logo após a sua partida, acabou perdendo algumas naus em uma tormenta, o que o obrigou a retornar ao porto de partida para recuperação dos navios da armada. Partindo novamente, acabou chegando ao Rio de Janeiro, onde se deteve durante seis meses em virtude do tempo que não lhe permitia navegar para o estreito. Quando então decidiu partir, enfrentou mais um forte temporal na região do Rio da Prata que lhe obrigou voltar para as costas do estado de Santa Catarina, onde deixou algumas naus. De volta ao mar com destino ao estreito, uma nova tempestade o trouxe de volta a São Vicente, de onde desistiu de sua missão e decidiu finalmente regressar à Europa com as sete naus que ainda lhe restavam em condições de fazer a travessia do Atlântico. Todavia, uma nova tempestade o levou à Bahia, onde reparou os navios e recebeu um convite do governador Manoel Teles de Barros para comandar uma nova expedição à capitania da Paraíba, assolada pelos ataques dos índios potiguaras. Imediatamente, o General Diogo Flores aceitou o convite do governador para chefiar essa expedição.
Em março de 1584 a armada partiu para da Bahia composta de nove navios, sendo sete castelhanos e dois portugueses, um deles levava o Ouvidor Geral Martim Leitão, a quem o governador confiara a organização da expedição e de todas as providencias para a fundação da Paraíba.
Nos idos de 1582 sua tripulação foi assolada por uma peste (provavelmente escorbuto) e ele decidiu atracar emergencialmente no Rio de Janeiro. Seus marujos receberam os cuidados do Padre José de Anchieta, que levantou um tosco barracão coberto de palha, primórdios do que hoje em dia é a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Com ervas e frutos silvestres, Anchieta conseguiu salvar a maioria da tripulação.
Por suas ordens foram erguidas várias fortalezas no Brasil, como a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, no município do Guarujá, erguida em 1584 com traça atribuída ao arquitecto militar italiano Giovanni Battista Antonelli, e o Forte de São Filipe, o primeiro povoamento europeu em terras paraibanas, confiado à administração de Francisco de Castrejón.

Francisco Martins Bonilha e Antonia Gonçalves (Gonzalez) deixaram os seguintes filhos :

1) Thomé Martins Bonilha , nascido em 1568.
2) André Martins Bonilha , falecido em 1613.
3) Joanna de Castilho , falecida em 1631 , cc Antonio Rodrigues , que seguem.
4) Izabel Rodrigues , falecida em 1661 em São Paulo.
5) Maria Gonçalves Martins.


Cap. II – Joana de Castilho

Joana de Castilho , falecida em 1631 , foi casada com Antonio Rodrigues , filho de Garcia Rodrigues e de Isabel Velho.

Testamento e Inventário de Joana de Castilho

Do Arquivo Público de São Paulo, vol 8, fls. 335 a 357

Testamento Data : 3/09/1631
Inventário Data : 25/04/1633
Local :Vila de São Paulo nas casas de Joanna de Castilho
Juiz dos Órfãos: Dom Francisco Rendon.
Tabelião: Ambrosio Pereira
Declarante: Domingos Rodrigues, filho da defunta
Avaliadores: Manuel da Cunha e Francisco de Gaia.


“fls. 338 - Título dos filhos :

- Domingos

- Agostinha Rodrigues casada com Henrique da Cunha Lobo

- Antonia Rodrigues casada com Mathias de Oliveira

- Margarida Rodrigues casada com Pedro de Carassa

- Izabel Rodrigues casada com Baptista Maciel

- Anna órfã filha de Jorge Rodrigues defunto.


fls. 338-

29/04/1632 - posto eu Joanna de Castilho tenho em o meu testamento deixado uma moça por nome Suzana a meu enteado Garcia Rodrigues digo que lhe deixava pelo amor e boa vontade que lhe tinha e não por outro interesse algum que lhe devesse cousa alguma mas agora que é morto mando que fique a dita moça como as demais // tambem pedindo Mathias de Oliveira meu genro o vestido que prometi a sua mulher lhe peçam sete varas de raxeta que lhe dei a duas patacas a vara // tambem declaro que tinha eu dado um saio de baeta e um manto de sarja a minha filha Agostinha Rodrigues mulher de Henrique da Cunha o qual tenho em meu poder , e mando que lh’o não peçam em partilhas porque ---roto em meu serviço // tambem tenho em casa uma menina filha da dita Suzana a qual é filha de branco mando que aparecendo-lhe o pai lh’a entreguem e pedi digo mais que deixo que se digam 20 missas pela alma do dito meu enteado Garcia Rodrigues defunto. E roguei ao padre João Alvres que me fizesse esta lembrança e peço e rogo lhe deem cumprimento como ao proprio testamento por ser a minha ultima vontade roguei ao mesmo padre assinasse por si e por mim por ser mulher e não saber escrever hoje 29-4-1632. Assino por mim como testemunha e por Joanna de Castilho, o padre João Alvres - Simão Jorge o moço - Inofre Jorge.

fls. 339 – Testamento (resumo)

Em o derradeiro dia do mes de setembro de mil seiscentos e trinta e um anos nesta vila de São Paulo nas pousadas de Joanna de Castilho onde eu tabelião fui chamado estando ela ai doente e perante as testemunhas nomeadas adiante, queria fazer seu testamento como de feito logo fez e ordenou de maneira seguinte.

(encomendações pias).

A enterrassem na igreja de Nossa Senhora do Carmo na sepultura de sua mãe que para isso a comprara sua mãe Antonia Gonçalves e que fôra casada com Antonio Rodrigues e dele tivera seis filhos dos quais tinha cinco vivos a saber quatro filhas e um filho e uma das filhas casada com Henrique da Cunha Lobo e outra com Mathias de Oliveira e outra com Pero Carassa e outra com Baptista Maciel as quais todas tinha dado seus casamentos assim como pode e do que prometeu a Pero Carassa lhe estava a dever um bufete e que lhe havia prometido ao dito Pero Carassa seu tio Francisco Rodrigues Velho e seu cunhado Domingos Rodrigues e Garcia Rodrigues carpinteiro todos tres o fazerem umas casas ao dito Pero Carassa nesta vila as quais até hoje lh’as não fizeram e sendo caso que lh’as não façam como lh’as prometeram ela testadora deixa o lanço das casas onde hoje mora de casa e sala e corredor e quintal quanto diz o lanço da dita sala e corredor para o dito Carassa e sua mulher e que deixava a sua neta Maria Carassa filha do dito Pero Carassa uma rapariga por nome Brigida, mais deixava ao dito seu genro Pero Carassa o seu sitio dela testadora que está no Uquaussu no Matto Grande e que deixava a sua neta Joanna filha de seu filho Domingos Rodrigues uma moça do gentio da terra por nome Potencia e que seu filho tinha em sua casa uma negra do gentio da terra por nome Paula a qual fôra de seu filho Jorge Rodrigues e que por sua morte dele a levara seu irmão Domingos Rodrigues para sua casa sendo que pertencia a dita negra a sua neta bastarda filha de seu filho Jorge Rodrigues por nome Anna e sendo caso que se levante com ela se lhe não dará o que ela testadora deixa a sua neta filha do dito Domingos Rodrigues e que a órfã filha bastarda do dito seu filho Jorge Rodrigues tinha nove almas que lhe ficaram de seu pai as quais estavam em seu poder dela testadora e mandava ás justiças de Sua Magestade não lh’as tirassem e lh’as entregassem para seu casamento visto serem de seu pai e que o outro lanço de casa deixava a dita sua neta filha bastarda do dito seu filho Jorge Rodrigues visto seu pai fazer as casas e outrossim declarou seus filhos Domingos Rodrigues e Jorge Rodrigues defunto não tinham herdado nada em sua vida como tinha dado a suas filhas pelo que eram herdeiros no que ficasse e a dita sua neta na parte de seu pai inda que bastarda e que entretanto que a menina filha do dito seu filho Jorge Rodrigues se não casar more seu genro Mathias de Oliveira no dito seu lanço de casas e sendo caso que a dita sua neta morra antes de se casar se venderá o dito lanço de casa entre os herdeiros do procedido dele se lhe fará bem por sua alma e de seu filho e (pedidos de missas) serão pelas almas de seu marido, mãe e pai, filho e que deixava uma moça do gentio da terra por nome Suzana a Garcia Rodrigues seu enteado e se quizesse entrar a colação com seus irmãos lh’a não darão e que não será vendida e que a seu genro Baptista Maciel está a dever uma moça do resto de seu casamento e quando Deus a levar lhe deem que é a sua moça por nome Luzia . (declara dividas pias) e assim outorgou tudo presente por testemunhas Francisco Rodrigues Velho e Inofre Jorge e Francisco de Gaia moradores nesta vila e por não saber escrever a testadora rogou a mim tabelião que por ela assinasse e declarou que deixava o filho Domingos Rodrigues por seu testamenteiro. Eu Ambrosio Pereira tabelião que o escrevi assino pela testadora Joanna de Castilho Ambrosio Pereira Inofre Jorge Francisco Rodrigues Velho Francisco de Gaia o qual translado de cédula de testamento eu tabelião o transladei. hoje 17-4-1632 - Ambrosio Pereira - Domingos Leme - Francisco de Ogaia - Francisco Rodrigues Velho - Inofre Jorge - Paulo da Fonseca - Domingos Jorge - Gaspar Affonso.

Cumpra-se como nele se contem, São Paulo 8/04/1633 - Manuel Nunes.

Cumpra-se como nele se contem. São Paulo 29/04/1633 - Quebedo.

fls. 343 - avaliações (entre elas)

- casas de dois lanço de quintal com seu corredor de taipa de pilão cobertas de telha que partem com casas de Henrique da Cunha em 25$000 réis.

fls. 344

Aos 25/04/1633 nesta vila de São Paulo nas casas da dita defunta Joanna de Castilho estando ali o juiz dos órfãos Dom Francisco Rendon perante ele apareceu a india por nome Margarida mãe da órfã que ficou filha do defunto Jorge Rodrigues e foi dado juramento dos Santos Evangelhos a Francisco Rodrigues Velho para que ele fizesse pratica e perguntas a dita india Margarida que ela declarasse de quem era a filha que tinha que disse ser do defunto Jorge Rodrigues filho da dita defunta Joanna de Castilho e por o dito Francisco Rodrigues Velho foi dito -- debaixo do juramento que havia recebido declarara a dita india ser sua filha do defunto Jorge Rodrigues porquanto nela o fez e que nisso não havia duvida o que visto pelo dito juiz visto a declaração e a defunta a deixar declarada no seu testamento por sua neta e herdeira a houve por habilitada e herdeira nesta fazenda na parte que tocasse a seu pai,- Quebedo - Francisco Rodrigues Velho.

fls. 346 e seguintes: Foram citados os herdeiros para se fazerem partilhas neste inventário:

- Henrique da Cunha Lobo foi dito não queria herdar.

- Mathias de Oliveira foi dito que não queria herdar

- Baptista Maciel foi dito que não queria herdar.

- Pero Carassa foi dito que ele acudiria as partilhas.

- Domingos Rodrigues foi dito que ele acudiria as partilhas.

Avaliações :

Dividas que deve a defunta (entre elas)

- ao rendeiro Bartholomeu Fernandes de Faria 2 cruzados. $800 réis.

- a seu genro Pedro Carassa $400 réis, deve mais $400 réis.

Cartas de terras:

- uma carta de data de terras que tem a defunta na Parnaíba o que a carta resar.

- uma escritura de terras de Pequery que está em poder de Francisco Rodrigues Velho.

- 16 braças e meia de chãos nesta vila que partem com Francisco -- e Fernão Munhoz e cem braças pela terra a dentro.


fls. 350 Manuel Godinho de Lara curador da menina filha do defunto Jorge Rodrigues

Partilha :

- Fica para partir com a órfã e Domingos Rodrigues 27$536 réis que partido ao meio cabe a cada um 13$768

fls. 354 - aos 7 do mes de - de 1633 Domingos Rodrigues filho da defunta curador da órfã por nome Anna

Recibos.

Recebi de meu cunhado Domingos Rodrigues testamenteiro de minha sogra Joanna de Castilho toda a quantia que me era a dever em o dito inventário.
06/08/1633
Pedro de Carassa”.


Joana de Castilho e seu marido Antonio Rodrigues deixaram os seguintes filhos :

1) Agostinha Rodrigues cc Henrique da Cunha Lobo.
2) Garcia Rodrigues Velho , falecido em 1632.
3) Domingos Rodrigues.
4) Margarida (ou Mécia) Rodrigues , casada com Pero de Carassa , que seguem
5) Izabel Rodrigues , cc Baptista Maciel.
6) Antonia Rodrigues , cc Mathias de Oliveira.
7) Jorge Rodrigues.


Cap. III – Margarida Rodrigues e Pero de Carassa

Margarida Rodrigues nasceu por 1600 na Vila de São Paulo , onde faleceu em 1634. Foi casada , por 1625 , com Pero de Carassa , nascido por 1600 e natural da Vila de Crasto Urdiales do Reino de Castela a Velha , filho de Pero de Carassa , o velho e de s/m Catharina de Garay.

“Ya en la Edad Media, en al año 1.163, El rey de Castilla Alfonso VIII concedió el fuero a la villa de Castro. En el siglo XIV, la villa de Castro Urdiales, tal como recoge el privilegio de Alfonso XI, del 5 de Junio de 1347, comprendía los siguientes lugares de la Junta de Sámano: Sámano, Otañes, Mioño, Lusa, Ontón y La Helguera, es decir, hasta el límite actual entre Cantabria y el País Vasco”.

“A partir del descubrimiento de América, Castro resurge, acaparando la navegación a ultramar toda su actividad mercantil. En este priodo disminuye el comercio con la Europa Atlántica”.

“Las pestes, de finales del siglo XVI, y los temporales, hicieron descender la población, equiparándose al resto de villas cántabras, que corrieron igual suerte. En esta época, Castro pertenecía al Corregimiento de las Cuatro Villas, Bastón de Laredo, que pervivió hasta principios del siglo XIX”.


Inventário e Testamento de Margarida Rodrigues

Arquivo Público de São Paulo - vol. 46, fls. 256 a 267

Autos do Inventário: 2/09/1634
Local: Vila de São Paulo, nas casas de Pero Carasa
Juiz dos Órfãos: Jerônimo Bueno
Tabelião: Ambrosio Pereira
Avaliadores: Manoel da Cunha e Francisco de Gaia..
Declarante: o viúvo Pero Carasa.

“Título dos filhos :

- Maria, de idade de 6 anos

- Gaspar, de idade de 3 anos

- Pedro, de idade de três meses.

Avaliações : Dividas que se devem a esta fazenda , gente forra ,

Fazenda liquida para se partir entre o viúvo e menores 40$160 rs.

Recibos pios (a partir de 6 de agosto de 1634)


fls. 265 – Testamento

Em nome da Santíssima (...).

Aos 13/07/1634 eu Margarida Roiz, faço este meu testamento.

Encomenda a alma.

Rogo a meu marido Pero de Quarasa e a minha irmã -------- queiram ser meus testamenteiros.

Meu corpo será sepultado na igreja de Nossa Senhora do Carmo na sepultura de minha mãe que Deus tem; acompanhamentos e pedido de missas.

Declaro que sou natural da vila de São Paulo, filha legitima de Antonio Rodrigues e de Joana de Quastilha já defuntos.

Declaro que sou casada nesta vila de São Paulo com Pedro de Quarasa por carta da -- do qual tenho dois filhos e uma filha, um dos filhos se chama Pedro outro Gaspar e a filha Maria os quais são meus herdeiros necessários.

Declaro que em todo o monte há de bens de raiz um lanço de casa junto a meu cunhado Anrique da Cunha e mais chãos para dois lanços pegado com as casas de Fr.co de Guaia e tem mais duas roças de mandioca (...).

Declaro nomeio e instituo por herdeira universal de tudo o que ficar de minha terça pagos meus legados a minha filha Maria.

(...) rogo ao escrivão assine por mim,
Vila de São Paulo , 13 de julho de 1634 anos
- Bauttista Masiel
- Diogo R.ð
- Mathias dolivera
- Custtodio Carilho
- Manuel Fran.co
- Domingos Frz.
- Fr.co Martins
- Esttevão ----

Cumpra-se como nele se contem, S. Paulo 27 de julho de 1634 - Manoel Nunes”.


Inventário e Testamento de Pero de Carassa

Arquivo Público de São Paulo - vol. 46, fls. 193 a 255

Autos do Inventário : 6/12/1653
Local : Vila de São Paulo
Juiz Ordinário : Dom Simão de Toledo Pizza
Escrivão dos Órfãos : Luiz dandrade
Avaliadores : Heitor Fernandes Carnr.ð e Francisco de Gaia..
Declarante : a viúva Caterina Dias, mulher do dito defunto, e a seu rogo assinou Matias dolivr.a

“Inventário e testamento de Pedro [Gaspar] Carassa o moço [a de ---] casado em:

1.a vez com Margarida Roiz ------ 1652

três filhos.

2.a vez Catharina Dias

cinco filhos


Titulo dos filhos -

do primeiro matrimonio:

- Maria Carassa, casada com Paulo Marques Catelão.

- Gaspar Carasa, de idade de 22 anos;

- Pedro de Carasa, de idade de 19 anos

do segundo matrimonio:

- Francisco, de idade de 15 anos;

- João, de idade de 10 anos;

- Joze, de idade de 7 anos;

- Caterina, de idade de 6 anos;

- Antonia , de idade de ano e meio.


Testamento

Em nome da Santíssima (...).

Encomenda a alma.

Hoje 14/06/1652 eu Pedro de Carasa estando doente, ordenei fazer esta cédula de testamento.

Meu corpo seja sepultado no mosteiro de Nossa Senhora do Carmo desta vila de São Paulo, acompanhamentos e pedido de missas.

Declaro que fui casado com minha mulher defunta Margarida Rodrigues e de entre ambos tivemos tres filhos ---- femea a saber M.a Carasa casada com Paulo Marques, Gaspar de Carasa e Pedro de Carasa os quais são meus universais herdeiros e por tais os declaro e a dita minha filha tenho lhe dado a legitima que lhe ficou por morte de sua mãe a assim mais o dote que lhe prometi e as casas em que mora meu genro e filha são suas que lhas dei em casamento e delas lhe não tenho feito escritura e aos ditos filhos não tenho dado sua legitima por serem menores e lhe devo e mando que por minha morte se lhe de satisfação do que constar do inventário que se fez por morte da dita sua mãe defunta e aos dois meus filhos lhe couberan tres peças Bertolomeu e Ana e Violante.

Declaro que sou casado segunda vez com minha mulher que hoje vive Caterina Dias, e entre ambos temos cinco filhos machos e femea a saber : Fr.co Joam Jose Caterina Antonia os quais são meus universais herdeiros e por esses os declaro.

Deixo por meus testamenteiros minha mulher Caterina Dias e a Fernão Munhos.

Declaro que sou natural e nascido na vila de Crasto de Urdiales reino de Castela a velha filho legitimo de Pero de Carasa e de sua mulher Caterina de Garai.

(...) e roguei a Fr.co de Gaia o fizesse e assinasse como testemunha - Fr.co de Gaia - Pedro de Carassa - Enrique da Cunha Lobo - Agostinho Gomes P.a - Bautista Masiel - João de Gois - Fran.co Ribeiro - M.el ---- Costa - João Lopes de Siqr.a

Cumpra-se este testamento como nele se contem S. Paulo 22 de outubro de 653 anos.

Testamento de P.o de Carasa

Rol e apontamento que faço de algumas cousas que me devem

(entre elas)

- declaro que tive contas com Joam Barreto que Deus tem e lhe poz no covatam 16 alqueires - de trigo que M.el Godinho o moço entregou a D.os Leite ---- do dito Joam Barreto e D.os Leite as entregou --- Diogo Rodrigues por ordem do dito Joam Barreto e por ser verdade roguei a Fr.co de Gaia me fizesse este apontamento e se assinasse como testemunha hoje 8 de agosto de 1652 anos. Pedro de Carassa - Fr.co de Gaia.

Cumpra-se S. Paulo 22 de outubro de 653 anos.

Recibos de acompanhamentos (data outubro de 653).

Avaliações, dividas que se deve a esta fazenda.

Procurador a viúva: Manoel Godinho de Lara, pai da viúva.

Procurador e curador alidem aos órfãos do primeiro matrimonio: Mathias dolivr.a

Procurador e curador alidem aos órfãos do segundo matrimonio: Anrique da Cunha Lobo, o moço


fls. 208 - (...) citei a Paulo Marques Catelão e a sua mulher Maria Carassa pelos quais me foi dito que não queriam herdar mas que se desse cumprimento ao testamento do defunto; e assim citei a Gaspar de Carassa e Pedro de Carassa por passarem de 14 anos e assim citei mais os procuradores dos ditos órfãos.

Soma a fazenda, liquido, 97$647 rs.

fls. 217: Caterina Dias, tutora e curadora de seus filhos órfãos, e apresentou como fiador a Bastião Alz. Pimentel.

Arrematações, dinheiro dado a ganhos.

fls. 223: (...) fiz deligencia para notificar a curadora Catherina Dias da qual me informaram estar na cidade do Rio de Janeiro com seus filhos, haveria tempo de cinco anos pouco mais ou menos.

fls. 242: aos 10/12/1672 nesta vila de São Paulo 4$536 rs dado a ganhos a Fellipa da Costa, apresentou como fiador a João Vieira da Silva, e pela dita viúva assinou seu filho Francisco da Costa. Assino a rogo de minha mãe Felipa da Costa, Fran.co da Costa.

Quitação a Phelipa da Costa: aos 28/01/1674 apareceu Mathias da Costa por parte de sua sogra Felipa da Costa a qual era a dever no termo atrás, e logo entregou em juízo.

fls. 244: aos 26/12/1677 16$150 rs dado a ganhos a João de Miranda, e apresentou como fiador a seu irmão Francisco de Miranda. João de Miranda - Fr.co de Miranda Pr.a

fls. 245: aos 1/11/1677 nesta vila de São Paulo, apareceu Domingos Pires, morador da cidade do Rio de Janeiro com Antonia Dias casado, órfã deste inventário pelo qual foi dito que ele estava casad0 com a dita órfã pelo que lhe pedia lhe mandasse entregar a legitima da dita sua mulher como também a legitima que lhe tocar de seu cunhado João de Carasa já defunto por o dito defunto não ter herdeiro ascendente nem descendente por cuja causa ficavam seus irmãos sendo herdeiros como também requeria lhe mandasse entregar a parte que toca a sua cunhada Catherina Dias por haver necessidade dela para que trazia procuração bastante de sua cunhada que apresentava em juízo como também trazia ordem de cobrar a parte que tocava a seu cunhado Joseph de Carasa da herança de seu irmão defunto (...)

fls. 249: Procuração

Data: -- agosto de 1677

Local: cidade do Rio de Janeiro

Que Faz: Catherina Dias de Caraça, moça solteira, filha que disse ser do defunto P.ð Caraça.

Procurador: a seu cunhado Domingos Pires.

Motivo: cobrar e receber, na vila de São Paulo, a legitima que lhe tocou por falecimento do dito seu pai P.ð de Caraça, a qual está em poder do Juiz dos Órfãos.

fls. 255: 10$000 rs aos 9-12-1683 nesta vila de São Paulo,dado a ganhos ao R.do Pe. João de Paiva, apresentou por seu fiador ao Capitão Gaspar Cubas Ferrera.

Confessou o Capitão Joseph Dias de Carasa estar pago do que lhe deve o --- João de Paiva. Joseph Dias de Carasa”.


Pero de Carassa e sua primeira mulher Margarida Rodrigues deixaram os filhos :

1) Maria Carassa , casada com Paulo Marques Castelão , que seguem
2) Gaspar Carasa, de idade de 22 anos em 1653.
3) Pedro de Carasa, de idade de 19 anos em 1653.


Cap. IV – Maria de Carassa
Conforme descrito na Genealogia Paulistana , Maria de Carassa foi casada com Paulo Marques Castelão e deixaram , pelo menos , um filho de nome Paulo Marques Carassa que foi casado com Catarina Rodrigues de Oliveira , esta falecida em São Paulo em 1731.

Cap. V – Elo perdido

Ainda não foi possível entroncar aos Carassas citados na Genealogia Paulistana aos que seguem abaixo e que viveram no início do século XVIII na região de Congonhas do Campo , MG , que eram :

Paulo Marques Caraça e s/m Ana da Silva Viana tiveram , pelo menos , a filha Escolástica Custódia de Jesus , nascida por 1730 em Congonhas do Campo , MG , que foi casada com Marcelo de Moraes Machado aos 23/12/1753 na Capela de Santo Antonio da Lagoa Dourada, filial da Matriz de Nossa Senhora da Conceição dos Prados, MG.

“Aos vinte e tres dias do mes de Dezembro de mil settecentos cincoenta e tres annos na capela de Santo Antonio da Lagoa Dourada , Filial desta Matriz de Nossa Senhora da Conceição dos Prados donde os contrahentes são moradores , sendo feitas as denunciaçoens nesta Matriz e nas demais partes donde se devião fazer na forma do sagrado Concilio Trentino e Constituição sem descobrir impedimento como consta de hua Provisão do Muinto Reverendo Doutor Jose Sobral e Souza Vigário da Vara desta Comarca que fica em meu poder e na presença do Reverendo Manoel de Souza capelão da dita capela (de licença minha) e das testemunhas abaixo assignadas Amaro de Souza Rodrigues solteiro , João de Mattos , Se receberão por palavras de prezente Marcello de Morais Machado baptizado na freguezia de Nossa Senhora do Desterro do Campo Grande , Bispado do Rio de Janeiro , filho legitimo de Francisco da Silva Campos e de Marcella Tavares de Souza , com Escolastica Custodia de Jesus , baptizada na freguezia de Nossa (Senhora) da Conceição das Congonhas do Campo da Comarca de Villa Rica , filha legitima de Paulo Marques Caraça e de Anna da Silva Vianna , logo lhe dei as bençoens nupciais na forma do ritual romano e cerimonias da Igreja e para constar fiz este assento que assignei.
Manoel de Souza.
M.el Miz de Carvalho.
Amaro de Sza.
Sinal de João + de Mattos”.


Esta família Moraes Machado , entroncada aos Carassas , segue através do Capítulo III do seguinte Blog :

http://barcelos-moraesmachado.blogspot.com/
[em construção]

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